1.9.11

A dificuldade de poupar é histórica

A gente sabe que não pode gastar mais do que ganha, mas vive tentando espichar o salário. Sabemos que dívidas implicam pagamento de juros, que o Brasil é recordista mundial na categoria e que juros pagos diminuem nosso poder aquisitivo. Mas seguimos fazendo dívida atrás de dívida.

A gente bem sabe que, para realizar grandes sonhos de consumo, o melhor é poupar, investir e depois comprar à vista e com bons descontos, pagando bem mais barato e levando para casa o produto já quitado. Mas... no dia a dia acabamos fazendo tudo diferente.

Por que a gente é assim? Minha experiência de duas décadas como planejador financeiro pessoal me indica três principais motivos: gostamos do que é bom; somos capazes de tomar decisões inteligentes e positivas; mas abandonamos o bom hábito de fazer contas e estamos cada vez mais cegos para o que realmente acontece dentro do nosso bolso.

Lembro-me de um quadro do programa Domingo no Parque. No centro do palco ficava uma cabine fechada em forma de foguete, onde entrava uma só criança. Em volta, maravilhosos brinquedos — bicicletas, patins, jogos —, mas também bugigangas sem valor, como vassouras quebradas e sapatos furados. Começava a brincadeira: do lado de fora, o apresentador Silvio Santos fazia à criança propostas do tipo: "Você quer trocar esta bicicleta nova por um tênis velho, quer?" A criança não sabia o que se passava lá fora, apenas era instruída a dizer "sim" ou "não" quando acendesse a luz vermelha.

 Dizemos "sim" para qualquer proposta de compra de produtos que nos oferecem

A luz piscava e era só "sim" atrás de "sim" — raramente um "não". Muitas vezes o pequeno saía de lá e descobria que havia levado, afinal, um tênis velho. Uma amiga psicóloga me explicou: antes de entrar, a criança focava sua atenção só nos brinquedos — coisas boas! — e cada esperançoso "sim" mirava inconscientemente neles. Mas, como não enxergava, fazia más escolhas.

Como consumidores, muitas vezes nos portamos assim: vamos dizendo "sim" a qualquer proposta de compra que nos apresentam, como se precisássemos mesmo de tudo aquilo para sermos felizes. E, para completar, também dizemos "sim" a qualquer crédito que nos seja ofertado.

O problema: não fazemos contas antes, e assim não enxergamos o real impacto de nossas decisões sobre o bolso. E depois ainda ficamos indignados: por que a gente trabalha tanto e só consegue sair dessa com um tênis velho?!
FONTE: VOCESA (Marcos Silvestre é autor de 12 Meses para Enriquecer - O Plano da Virada (Ed. Lua de Papel), economista, educador e planejador financeiro.
http://vocesa.abril.com.br/organize-suas-financas/materia/especial-organize-suas-financas-descanso-artigo-gente-assim-637515.shtml

E eu (Autor deste blog), acrescento: Os pais e as escolas tem a obrigação de conversar sobre dinheiro e ensina matemática fianceira aos filhos desde de pequeno. (Eu ensino a minha filha desde dos seus 04 anos, hoje ela tem 12 anos, e ainda está em treinamento).

22.7.11

Investindo em ações no longo prazo

Livro - Investindo em Ações no Longo Prazo
Logo no primeiro capítulo ele mostra um fato: a bolsa de valores para investimentos no longo prazo possui menos risco e mais rentabilidade que qualquer outro investimento. Não apenas nos EUA, mas como em vários outros países a situação é a mesma. Não apenas nesse século: o autor utiliza dados a partir de 1802 para chegar às suas conclusões!
Um aspecto interessante é que nos primeiros capítulos o autor te faz pensar de forma diferente sobre risco, mostrando ser uma variável que modifica com o tempo em intensidades diferentes a depender do ativo. Essa idéia é fundamental. Não tenho a menor dúvida que esse foi o livro em que eu aprendi mais coisas verdadeiramente úteis sobre ações.
Alguns capítulos, para nós brasileiros, não são obrigatórios, como p.ex. quando ele fala da composição histórica do DJI ou dos efeitos tributários de compra/venda de ações nos EUA.
O livro traz excelentes esclarecimentos quanto às questões que abalam a teoria dos mercados eficientes, como a validade da análise técnica, o "January Effect", a aparente supervalorização de small-caps e value stocks sobre large-caps e growth stocks, etc. Essas foram dúvidas que sempre tive e que foram ao menos parcialmente respondidas por Jeremy Siegel. Por outro lado, ele reafirma fatos já conhecidos e que reforçam a dita teoria, como p.ex. o retorno médio dos fundos de investimentos ativos ser menor do que o do mercado.
Apesar do autor falar muito pouco sobre as NTN-Bs americanas (as TIPS), achei fenomenal ele recomendar ao final do livro TIPS ao invés de bonds para investidores de longo prazo que por qualquer motivo não querem investir em ações... eu tinha chegado nessa mesma conclusão mas via pouca gente recomendando o mesmo. Faltaram, no entanto, mais estudos focados nas TIPS.
A parte mais fraca do livro é como ele lida com o grande bear market que houve no índice Nikkei do Japão no período 1989-2009. São 20 anos com retorno anualizado negativo, agravado pela pequena inflação que houve no período. Como defesa ele alega que se alguém investisse no DJI e no Nikkei na época que o Nikkei foi implantado, ainda com esse mercado bear monstruoso , aquele que estivesse comprado no índice Nikkei teria o dobro daquele investido no DJI. Argumento fraquíssimo, já que estamos falando de "holding periods" de mais de 50 anos. Como o caso japonês é um fato contraditório à teoria de Siegel, este deveria ser muito mais estudado e explicado no livro, o que não aconteceu.
O livro não é para iniciantes, mas também definitivamente não possui nenhum material muito avançado. O livro é claro e vai direto ao ponto, sem "frufrus".
Livro recomendadíssimo e com alto potencial de alterar toda a sua forma de operar ações!!! Nota 9,5 (não leva 10 por pecar na questão do Japão). http://viverderenda.blogspot.com/2009/07/critica-do-livro-investindo-em-acoes-no.html

4.7.11

Quem é careta?

A  acelerada e plugada geração Y é mais conservadora que os pais na hora de investir o dinheiro.
Por Juliana Schincariol
Eles são agitados, fazem várias coisas ao mesmo tempo, estão sempre plugados, são ambiciosos e querem subir depressa na carreira. Esse é o retrato da grande maioria dos brasileiros nascidos entre 1980 e 1995, a chamada geração Y. Qualidades como agilidade, arrojo e ânsia por fazer e acontecer perpassam quase todas as esferas da vida deles – família, trabalho e relacionamentos. No entanto, quando o assunto é dinheiro, a coisa muda de figura. Quem imagina que as pessoas dessa faixa etária sejam também audaciosas e não titubeiem na hora de assumir riscos, certamente vai se decepcionar. A moçada, é preciso dizer, é muito mais cautelosa, avessa a grandes emoções e careta na hora de fazer render suas economias.
É o que mostra uma pesquisa sobre os hábitos de investimento da geração Y promovida pelo Banco Santander, que consultou 100 mil clientes de todas as faixas de idade, pertencentes ao segmento Van Gogh, destinado ao público de alta renda. A conclusão da pesquisa, à qual a DINHEIRO teve acesso com exclusividade, é que a geração mais jovem e plugada, mais ágil e, de certa forma, mais descompromissada, é muito mais conservadora que seus pais na hora de investir.
Segundo a pesquisa, apenas 9,35% dos clientes da geração Y, que estão com o Santander há mais de três anos, possuem investimentos mais arrojados em sua carteira. O levantamento mostrou que 82,1% dos recursos alocados por essa geração buscaram a segurança da velha e pouco rentável caderneta de poupança. Já seus pais, os chamados baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, dedicam apenas 44,3% do seu dinheiro à tradicional caderneta. Essa geração tem muito mais ações e investimentos de risco em carteira do que seus filhos.
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É uma inversão de valores: se os pais são arrojados, os filhos são tremendamente certinhos – pelo menos na hora de falar com o gerente do banco. Segundo Edson Franco, superintendente de investimentos do Santander, que coordenou a pesquisa, os resultados indicam uma atitude muito mais cautelosa em relação ao dinheiro. Os investidores mais jovens não descartam a hipótese de dedicar uma fatia maior de seu patrimônio às aplicações mais agressivas, mas só quando tiverem um conhecimento mais aprofundado de como esses investimentos funcionam. Enquanto isso, a ordem é evitar riscos.
Como explicar essa mudança? A nova filosofia de investir está muito ligada às alterações profundas na economia brasileira dos últimos anos, em especial o fim da inflação. Quem nasceu em meados da década de 1980, tinha apenas dez anos de idade quando o dragão foi domado e a vida tornou-se mais previsível, de um ano para o outro. “Ao poderem planejar, o natural é que esses investidores comecem a investir pelo que é mais básico”, diz a consultora Nathalia Souza, especializada em pesquisa de mercado, que elaborou um estudo encomendado pela BM&FBovespa para saber o que faz com que os jovens invistam em ações.
De acordo com Nathalia, a relação das pessoas com o dinheiro mudou no Brasil. Em vez de perseguir as grandes metas que seus pais levavam toda a vida para alcançar, como a compra da casa própria ou do carro da família, eles agora têm objetivos menores, mais imediatos e mais acessíveis. “Os clientes mais jovens trocaram um grande sonho em um futuro distante por uma coleção de pequenos sonhos para daqui a pouco”, diz Nathalia. Essa previsibilidade combina melhor com aplicações mais garantidas, ainda que menos rentáveis. Também afasta os jovens das ações, que têm de ser encaradas como uma aplicação de longo prazo. “A promessa de rentabilidade precisa ser muito boa para que um investidor jovem se conforme em aplicar em uma ação durante três ou quatro anos”, afirma Navarro.
O estudante Gabriel Vichy, de 22 anos, é um bom retrato dessa perspectiva. Cursando engenharia civil em uma faculdade pública em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, o rapaz não dispensa uma balada nem nos dias de semana, a não ser quando seu amado Fluminense entra em campo. Suas despesas se resumem à manutenção do carro, pagamento do cartão de crédito e telefone celular, além das viagens e lazer. Mesmo assim, ele não deixa de poupar. Todo mês, destina de R$ 100 a R$ 300 a aplicações como CDBs e títulos do Tesouro. Gabriel não segue os exemplos de casa.
Sua mãe, a empresária Rosângela Vichy, investe em ações e em fundos multimercados. “Ela só não arrisca mais porque meu pai não deixa”, diz Gabriel. Por enquanto, ele nem pensa em colocar uma pitada de risco nas suas aplicações. “Primeiro, estou juntando dinheiro e a bolsa está sem tendência, o que dificulta ainda mais a minha decisão”, diz. “Quando houver mais certeza, eu invisto.”
Outra mudança observada é que os jovens investem, ao passo que seus pais “guardam” dinheiro, o que indica que as motivações são totalmente diferentes. O “guardar” do passado significava proteger o dinheiro em meio aos solavancos da inflação e das crises econômicas. Essa conduta tem consequências ainda hoje, quando se comparam a parcela de investimentos conservadora dos jovens e do pessoal com mais de 30 anos. Os mais velhos, observa Nathalia, optam por investimentos que oferecem, antes de tudo, segurança, como cadernetas de poupança, título de capitalização ou previdência privada.
Já os mais jovens preferem investimentos de baixo risco, mas cujo principal chamariz é a rentabilidade, como CDB e fundos de renda fixa. “São aplicações procuradas por pessoas que não buscam se proteger, mas multiplicar seu patrimônio”, afirma Nathalia.
Não apenas os motivos, mas a forma de escolher o investimento mudou. A geração Y é extremamente curiosa e gosta de decidir por conta própria. Basta perguntar à analista de mídia paulista Nicole Esteves, de 22 anos. Boa parte de seus investimentos está em aplicações de renda fixa, como CDBs.
Ações? Claro! Mas não agora. “Eu pretendo investir no mercado de ações no futuro, quando compreender melhor como ele funciona”, diz ela. “Por enquanto, fico no que é mais seguro.” Segundo a consultora Nathalia, esses investidores são individualistas e preferem tomar as próprias decisões, ainda que seja depois de conversar com uma entidade impessoal conhecida como “a galera” – a rede de amigos virtuais. Não por acaso, os bancos têm apostado tantas fichas em ferramentas de comunicação para eles, em especial as redes sociais como Twitter e Facebook. “Essa geração faz parte da sociedade da informação”, diz o consultor financeiro Conrado Navarro, de São Paulo. “Se um gerente oferece um produto, a primeira coisa que ele faz é pesquisar na internet para entender como funciona.”
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13.6.11

8 formas de ajudar seu filho a ficar rico

Saiba como gastar tempo e dinheiro em coisas que realmente abrirão portas para ele no futuro
São Paulo - Todo mundo já sabe que ficar rico não é fácil, mas planejar o futuro financeiro e tomar decisões com muita antecedência é sempre a forma mais fácil de atingir seus objetivos. Veja abaixo oito formas de começar a preparar seu filho desde já para que ele possa desfrutar uma vida financeiramente confortável no futuro:
1 - Não eduque demais os filhos
Fazer um mestrado ou um doutorado costuma ser caro e demorado. Isso pode até soar como heresia para muita gente, mas nem sempre o investimento vai valer a pena. No livro "Pai Rico, Pai Pobre", um dos maiores best-sellers de finanças pessoais da história, os autores Robert Kiyosaki e Sharon Lechter defendem que o caminho mais curto para ficar rico é procurar acumular, o quanto antes, ativos que gerem renda e permitam conquistar a independência financeira. Eles qualificam de "corrida dos ratos" a busca constante por qualificações e títulos em escolas renomadas para conseguir melhores empregos. Do ponto de vista financeiro, dizem, faz muito mais sentido ensinar os filhos a farejar oportunidades nos mercados imobiliário e acionário que possam levar a ganhos maiores e mais rápidos. Em entrevista a Forbes.com, o economista Laurence Kotlikoff, da universidade de Boston, ilustrou essa mesma teoria de outra maneira. Ele afirma que, nos Estados Unidos, o ganho médio de pessoas graduadas em pedagogia ou psicologia não chega à metade do salário de um encanador. Outra vantagem do encanador é a de poder começar a trabalhar e ganhar dinheiro bem mais cedo do que alguém que precisa esperar até a conclusão de um curso superior. Kotlikoff não quer dizer que um diploma universitário ou uma pós-graduação não sejam importantes para ninguém. Mas ele aconselha o investimento na carreira acadêmica a quem adora livros. Quem sonha em ganhar um bom dinheiro precisa adquirir conhecimentos que valham dinheiro no mercado.
2 - Não se endivide para pagar uma faculdade cara demais
Laurence Kotlikoff, da universidade de Boston, também aconselha as pessoas a não se endividar para dar ao filho um curso de graduação em uma faculdade renomada. Há diversas faculdades no Brasil que chegam a cobrar mensalidades que somam 30.000 reais ou mais por ano de seus alunos. A dívida acumulada, seja por meio de empréstimos bancários ou pelo programa governamental de financiamento educacional Fies, poderá superar facilmente os 100.000 reais ao término da graduação. O governo brasileiro oferece duas oportunidades para os jovens estudarem de graça: as universidades públicas e as bolsas do ProUni. Se nenhuma das duas possibilidades estiverem ao alcance dele, não se desespere. Para Kotlikoff, é melhor fazer uma faculdade mais barata do que chegar ao mercado de trabalho bastante endividado. Afinal, diz o professor, talento e ambição são muito mais importantes para alguém ganhar dinheiro do que a escola onde ele estudou.
3 - De incentivos financeiros para seu filho tentar ganhar mais dinheiro
Não é fácil começar uma carreira, seja ela qual for. Quem acaba de entrar no mercado de trabalho geralmente não possui qualificações suficientes para ganhar muito dinheiro ou executar tarefas desafiantes. É natural, portanto, que seu filho fique desanimado com os primeiros anos de carreira. Uma forma de convencê-lo a continuar em busca de progresso profissional é dar incentivos financeiros que lhe motivem a buscar maiores rendimentos no futuro. A forma certa de fazer isso é depositar em uma conta que ele não possa movimentar uma quantidade de dinheiro proporcional a seus ganhos. Então, se ele ganha 2.000 reais por mês, você pode complementar a renda em mais 1.000 reais. Quando ele ganhar um aumento, também deposite mais dinheiro para ele. Só permita resgates nessa conta para a realização de sonhos importantes. Essa estratégia gera três benefícios: 1) mantém seu filho mais motivado com o trabalho; 2) cria uma reserva de emergência para ele; e 3) permite ganhos representativos no futuro com o recebimento de juros sobre juros.
4 - Ensine seu filho a cuidar do próprio dinheiro desde cedo
A maioria das pessoas costuma dar pequenas quantias de dinheiro aos filhos para que eles comprem um ingresso de cinema ou um lanche na escola. Ao invés de fazer isso, dê somas maiores de dinheiro uma única vez por mês e deixe ele decidir se vai gastar com uma roupa nova, uma viagem ou saindo à noite. Se ele gastar tudo em uma semana, não sinta culpa em dizer "não" quando ele lhe pedir mais dinheiro. Isso vai ensiná-lo a evitar desperdícios e a gastar com coisas que realmente valem a pena. No futuro, quando ele sair de casa para estudar em uma faculdade, dificilmente vai lhe telefonar para dizer que ficou sem dinheiro e que precisa de ajuda.
5 - Presentei seu filho com AÇÕES
O educador financeiro Mauro Calil é um dos maiores entusiastas da ideia de formar uma poupança para o filho com ações quando ele ainda é muito jovem. Diversos estudos mostram que, no longo prazo, a bolsa costuma dar retornos bem superiores à renda fixa. Ainda que isso nem sempre seja verdade, no longo prazo sempre haverá algum momento de alta no mercado em que será possível vender papéis de empresas sólidas com um bom lucro. Mantidas sob sua própria custódia, essas ações poderão garantir a seus filhos conquistas importantes, como estudos em uma boa faculdade, a compra da casa própria ou a possibilidade de abrir um negócio. Também vai ensinar a seu filho a importância de poupar no longo prazo e procurar aplicações financeiras de maior rentabilidade como a bolsa. Se os juros continuarem em queda no Brasil como se espera, provavelmente seu filho não terá a mesma chance de obter bons ganhos com investimentos de renda fixa como as gerações atuais.
6 - Alerte seu filho sobre o risco dos cartões de crédito
Quando bem-utilizados, os cartões de crédito permitem adiar pagamentos por algumas semanas e ganhar prêmios pela fidelidade a determinadas empresas. O problema é que, no Brasil, o consumidor só é obrigado a pagar 15% da fatura mensal do cartão e pode financiar a amortização do restante tomando o chamado crédito rotativo. O que parece uma facilidade, entretanto, representa uma grande armadilha. Os juros médios cobrados pelas empresas de cartão são absurdos e chegam a 11% ao mês. Alguém que tem uma dívida de 10.000 reais no cartão e decide parcelá-la em 12 vezes terá de desembolsar 18.480 reais para quitar suas obrigações com o banco. A "armadilha", portanto, terá custado 8.480 reais a seu filho. Não deixe ele cair nessa.
7 - Ajude seu filho a comprar uma casa
Quando seu filho começar a trabalhar, provavelmente logo vai perceber como é difícil comprar um imóvel. Os preços das residências deram um salto no Brasil nos últimos anos, principalmente em grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Apartamentos novos de 100 metros quadrados chegam a custar mais de 1 milhão de reais em bairros nobres dessas cidades. Se você tiver condições de fazer isso, é uma boa ideia pagar a entrada do imóvel e dar ao seu filho a chance de comprá-lo o mais cedo possível. Há diversas razões para isso. Ele usará parte do salário para pagar as prestações de um bem que um dia será dele ao invés de encher os bolsos de outra pessoa pagando as parcelas mensais de uma residência alugada. Seu filho também estará protegido caso o mercado imobiliário brasileiro continue em alta. Presenteá-lo em vida também é uma forma de fugir dos custos de transmissão de herança, como inventário e impostos. Por último, se ele tiver comprado um imóvel de até 500.000 reais, poderá, durante a vida economicamente ativa, usar o FGTS a cada três anos para abater o saldo devedor do financiamento imobiliário ao invés de deixar o dinheiro depositado num fundo que rende só TR (taxa referencial) mais 3% ao ano.
8 - Se for dono de empresa, empregue seu filho
Muita gente tem pudor de empregar parentes na própria empresa, mas essa não é a decisão mais inteligente. Trazer seu filho para a empresa lhe dará a oportunidade de ensiná-lo a trabalhar duro e a entender o mundo dos negócios. Se um dia ele assumir o comando da companhia, provavelmente estará mais bem-preparado para a função. A experiência terá sido importante mesmo que, no futuro, ele decida seguir outra carreira. Seu filho já estará acostumado ao dia a dia de uma empresa, o que lhe dará uma vantagem competitiva em relação a outras pessoas que nunca trabalharam. Só tome cuidado para não deixá-lo mal-acostumado. De preferência, pague a ele salários compatíveis com a função e cobre o mesmo desempenho alcançado por outros funcionários.
FONTE: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/8-formas-de-ajudar-seu-filho-a-ficar-rico?page=1&slug_name=8-formas-de-ajudar-seu-filho-a-ficar-rico

5.5.11

Bovespa e Discovery apresentam programa infantil de educaçao financeira

A BM&FBOVESPA e a Discovery Networks estao lançando a série 'O Porco e o Magro', que será veiculada dentro do bloco de programaçao Discovery na Escola, exibido pelo Discovery Channel. A série irá ao ar 2 vezes por semana, a partir de junho. Os episódios integram o programa Turma da Bolsa, que conta com 6 personagens, com o Porco e o Magro como protagonistas. O Porco é um professor de meia idade, formado em Economia por Harvard. Já o Magro tem 28 anos e é formado pela fictícia Escola de Magrópolis foto abaixo. Com a atraçao, Bovespa e Discovery querem ensinar um comportamento financeiro saudável.
Bovespa e Discovery apresentam programa infantil de educaçao financeira

3.5.11

Se você é tão esperto, por que ainda não é rico?

 Em algum momento da vida você já se fez esta pergunta? Ou pior: alguém (um amigo ou parente) já te fez essa pergunta, naquele momento mais inconveniente possível e com direito a plateia? Quanto mais aprendo sobre o dinheiro, mais aceito que o dinheiro e a esperteza - “esperteza” talvez não seja o termo mais adequado, então vamos falar em inteligência - são menos relacionados do que gostamos de acreditar
No entanto, ter menos relação do que se imagina por aí é completamente diferente de não ter relação alguma. A inteligência é, em qualquer situação, uma vantagem. Pessoas inteligentes sempre terão mais facilidade em atingir determinado objetivo, seja ele qual for. Vamos tentar descobrir então porque pessoas inteligentes (como você, leitor) ainda não ficaram ricas ou estão enfrentando dificuldades financeiras.
Existem inúmeras formas de se ganhar dinheiro. Entre as mais populares estão desenvolver uma brilhante e sólida carreira profissional, investir sabiamente ou dar vazão aos nossos dotes empreendedores, criando novos negócios que podem virar as novas estrelas do mundo empresarial.
Claro que existem algumas alternativas mais fáceis e mais rápidas, como receber uma grande herança, ganhar na loteria ou investir em alguma atividade criminosa (brincadeirinha...), mas essas são formas sobre as quais temos pouco controle e dependem, mais que nunca, do fator sorte (como a “sorte” de nascer em uma família rica). Por isso, vamos restringir nossa análise às três possibilidades citadas inicialmente.
Vamos começar pela carreira profissional
Você é inteligente, mas sua carreira profissional está “empacada” em um nível significativamente abaixo da sua real capacidade. O que pode estar acontecendo? O combustível de uma carreira bem-sucedida é o conhecimento e uma eficiente rede de contatos (o popular networking).
Tratemos do conhecimento. Muito se fala em plano de carreira, mas você já fez um “plano de aprendizado”? Já parou para pensar em quais as habilidades que terão maior poder para alavancar sua carreira? Antes de tecer qualquer comentário, quero deixar claro que sou um dos maiores defensores da chamada “cultura geral”, é hora de sermos mais pragmáticos: se você trabalha na área financeira (e pretende continuar nela), talvez investir seu tempo e dinheiro naquele curso de web design não seja a melhor pedida.
Outro exemplo são as línguas estrangeiras. Muitas pessoas reclamam que têm dificuldade em aprender inglês - que, gostemos ou não, é o idioma dos negócios. Em meu trabalho, por exemplo, 90% das informações e manuais técnicos são em inglês. Alguém que não tenha um domínio mínimo do idioma, mesmo que nunca na vida vá falar em inglês com alguém, terá poucas chances de sobrevivência.
Ainda assim, muitas pessoas preferem investir em línguas “exóticas” do mundo dos negócios, como o francês (me perdoem, francófonos!) e outras sem ter condições de sequer ler uma legenda de foto em inglês. Isso limita muito o avanço da carreira. Sorry, é a mais pura verdade.
Vamos agora aos investimentos
Você tem alguma proficiência financeira? Sabe a diferença entre renda fixa e renda variável? É daqueles que tem preguiça de ler o caderno de economia e prefere ligar para aquele amigo da corretora atrás de uma “dica quente” na bolsa? Ou é daqueles sujeitos que morrem de medo do mundo das finanças e guardam dinheiro “embaixo do colchão”, usando alternativas ultraconservadoras e que rendem pouco?
Tem um tipo de “investidor” que é o pior de todos. É aquele que acha que está fazendo “brilhantes” investimentos, mas ao mesmo tempo se enfia em dívidas que corroem os rendimentos de seus investimentos juntamente com o resto do capital. É o pecado da contabilidade mental. Pessoas inteligentes às vezes investem de forma pouco inteligente. Será o seu caso?
Por fim, chegamos ao empreendedorismo
Você é um sujeito brilhante, tão brilhante quanto suas idéias de negócios, mas vive paralisado pelo medo. Se sujeita a viver na mediocridade para não ter que enfrentar alguns fantasmas fora de sua zona de conforto. Sua tolerância ao risco é ZERO (e ZERO serão as suas chances de dar um grande salto de qualidade em sua vida desse jeito).
Ou então é uma pessoa que tem hábitos crônicos de protelação, não termina aquilo que começa e é incapaz de cumprir aqueles compromissos que assume consigo mesmo. Verdadeiros empreendedores são comprometidos acima de tudo (aliás, comprometimento é uma característica dos profissionais e investidores de sucesso também).
Você se viu em alguns dos exemplos descritos? Se sim, grande é a chance de que você tenha descoberto o que é que está bloqueando seu progresso. Certo? Ok, mas, aqui entre nós, aposto que você já sabia...
Então mãos à obra, remova esses obstáculos e desfrute de uma vida financeira à altura de sua inteligência!

1.4.11

O que pensa o maior guru de Warren Buffett

Benjamin Graham desenvolveu um método simples para ganhar dinheiro na bolsa: só comprar empresas abaixo do valor patrimonial ou por até 7 vezes o lucro do último ano.

De tempos em tempos, qualquer investidor deveria ler ou reler algum livro de Benjamin Graham (1894-1976). Não apenas porque ele teve 60 anos de experiência no mercado financeiro, é considerado o criador da profissão de analista de investimentos e teve como aluno o mais bem-sucedido investidor de toda a história: Warren Buffett, que chegou a afirmar que, depois do próprio pai, Graham foi o homem que mais influenciou sua vida. O mais incrível é que Graham, morto há quase 35 anos, ainda consegue passar ensinamentos que deixam o leitor com a sensação de que poderá ganhar dinheiro no mercado apenas se aplicá-los. Não é à toa que alguns dos maiores gestores de fortunas do Brasil e do mundo ainda costumam repetir seus mantras em entrevistas. Os clássicos "Security Análises" e "O Investidor Inteligente" são considerados as obras-primas de Graham. Mas o livro "Profissão: Investidor", lançado recentemente por Jason Zweig e Rodney N. Sullivan, traz uma coletânea de seus artigos mais perenes e adiciona textos comentados capazes de atualizar o pensamento do guru.

O ponto alto do livro é o artigo em que Graham propõe um método bastante simples para comprar e vender ações com lucro que funcionou durante décadas tanto para pequenos investidores quanto para grandes fundos de investimento. Consiste basicamente em comprar ações de empresas por cerca de dois terços de seu valor contábil e colocá-las à venda quando alcançarem valor equivalente ao patrimônio líquido - realizando, portanto, um lucro de 50%. É certo que hoje em dia não é mais tão fácil encontrar ações negociadas por esses valores como foi na época da Grande Depressão ou até a década de 1970. Na BM&FBovespa, por exemplo, há grandes bancos como o Itaú Unibanco que foram negociados recentemente a três vezes o valor patrimonial.

Mas Graham também sugere que sejam comprados papéis de empresas com um valor inferior a 7 vezes o lucro líquido dos últimos 12 meses. Nesse caso, até ações de "blue chips" como Vale e Petrobras chegam ou chegaram recentemente a atender a essa condição. Após a escolha dos papéis, o investidor deve estipular uma meta de lucro para o investimento para um período de dois a três anos. Quando o papel atingir esse objetivo, deve ser vendido, independentemente da expectativa de momento que circula no mercado. Outro erro a ser evitado é colocar todo o dinheiro em uma única ação mesmo que ela obedeça a alguma dessas condições. O ideal é distribuir os recursos entre dezenas de empresas com múltiplos baixos. Se fizer somente isso, dificilmente o investidor não alcançará bons resultados no longo prazo.

Além de explicar o método de investimento que tornou Graham um homem rico, bem-sucedido e admirado, o livro também traz uma compilação de alguns dos pensamentos e frases mais famosas já ditas por ele. Abaixo EXAME.com reúne as melhores:
Sobre investimentos
"Wall Street não aprende nada e ainda esquece tudo".
"Uma operação de investimento é aquela que, por meio da análise, promete segurança para o principal e um retorno adequado. As operações que não vão ao encontro destas exigências são especulativas."
"Não existe esse negócio de investimento sólido independentemente do preço pago."

Uma vez o famoso banqueiro J.P. Morgan foi incessantemente indagado no Congresso americano sobre como reagiria o mercado acionário. "Ele flutuará", disse o banqueiro. A verdade é que ele não apenas flutuará, mas flutuará muito, levando à euforia na alta e à miséria na baixa.

"Não tenho a menor dúvida de que nove em cada dez pessoas que possuem contas de opções em corretoras são especuladores. Minha única desavença com esse quadro é que todos eles foram estimulados a acreditar que são investidores, o que não é verdade."

As ações deixaram de fornecer proteção contra a inflação como se esperava.

"As pessoas não conseguem prever o que irá acontecer no mercado de ações."

O valor presente de uma ação depende dos lucros e dividendos futuros, que são aspectos que nunca ninguém poderá saber com certeza.

"Os analistas não se preocupam em estar errados no geral, mas odeiam estar errados em particular."
"O trabalho dos analistas resume-se não apenas a avaliar se os títulos de uma empresa estão com preços justos, mas também avaliar se seus proprietários [todos os acionistas] estão sendo tratados de forma justa."
"Quanto melhor for o analista, menos se limita aos números publicados e mais acrescenta a estes números os resultados de seu estudo especial sobre a administração da empresa e suas políticas e possibilidades."

Há várias justificativas para que um investimento seja realizado. Entre elas, a perspectiva de que uma empresa pague dividendos elevados por ação, esteja mais barata que a média do mercado, possua ótimas perspectivas de crescimento, mantenha lucros praticamente constantes mesmo em tempos difíceis ou esteja cotada bem abaixo das máximas históricas. Quanto mais desses fatores estiverem presentes, melhor. No entanto, cabe ao analista fazer todos esses cálculos antes de tomar a decisão.

"As operações para obtenção de lucro não devem se basear em otimismo, e sim em aritmética." Fazer esse trabalho não é difícil. "Em Wall Street, nunca vi cálculos confiáveis feitos a respeito de valores de ações ordinárias ou relacionados com políticas de investimento que tivessem ido além de simples aritmética ou álgebra mais elementar. Sempre que for introduzido o cálculo ou a álgebra superior, você pode tomar isso como um sinal de alerta de que o operador está tentando substituir a experiência pela teoria, e geralmente para dar à especulação a aparência enganosa de investimento."

Medir variáveis imprecisas com ferramentas altamente precisas não é melhor do que utilizar ferramentas rudimentares. Não verdade, pode ser pior porque fórmulas muito precisas tendem a desencadear excesso de confiança naqueles que a utilizam - criando a certeza em áreas em que nenhuma certeza é possível.

"O analista financeiro não pode lidar, de forma bem-sucedida, com situações basicamente especulativas."
"É obrigação dos analistas estudar tanto os investimentos quanto os investidores - não apenas sobre a forma que as ações se comportam mas como os seres humanos que as possuem se comportam."
"Cada vez mais instituições se dão conta de que não podem esperar resultados melhores do que as médias do mercado de suas carteiras de ações a menos que tenham a vantagem de analistas financeiros e de investimentos melhores do que a média."
"Limite suas avaliações a empresas qualificadas para investimento, excluindo dessa categoria aquelas que não atenderem a critérios específicos de solidez financeira."

Sobre o preço-alvo de ações
Em todos os relatórios, os analistas deveriam divulgar uma decomposição do preço-alvo das ações, deixando bem claro qual seria o valor justo atual da empresa com base no histórico de lucros e nos atuais ativos e qual é o componente especulativo embutido no preço do papel que pode ser medidos pelas expectativas de crescimento futuro. Dessa forma, as pessoas que seguem as recomendações dos analistas saberiam melhor o risco de cada negócio antes de tomar uma decisão de compra ou venda. Mas essa maior transparência tem que partir do analista. Comprar ações com um rating muito bom e múltiplos elevados pode ser tão arriscado quanto comprar papéis de empresas com resultados e classificação de risco ruins. As ações mais charmosas já embutem expectativas de forte crescimento, o que muitas vezes não fica tão claro para o investidor. As melhores ações para investimento estão em um ponto intermediário entre as muito ruins e as muito boas. É preciso procurar empresas fortes e bem-estabelecidas, com um registro de crescimento no passado correspondente ao da economia nacional e com perspectivas futuras aparentemente da mesma natureza. Essas ações ordinárias poderiam ser compradas na maioria das vezes, exceto nas faixas superiores de um mercado acionário em alta.

"Das diversas abordagens básicas para a avaliação da ação ordinária, a mais amplamente aceita é aquela que estima os lucros e dividendos médios para um período de anos no futuro e capitaliza esses elementos a uma taxa apropriada. Essa afirmação é razoavelmente definida em sua forma, mas suas aplicações permitem o mais amplo conjunto de técnicas e hipóteses, inclusive a simples adivinhação. Primeiro, o analista tem uma ampla escolha no período que levará em conta; depois, deverá estimar os lucros e dividendos para esse período e, finalmente, selecionar a taxa de capitalização de acordo com suas ideias preconcebidas ou a seu critério."
"O mercado acionário fixa seu preço para cada ação ordinária não com base em seu desempenho estatístico passado, mas em função do desempenho futuro esperado, que pode diferir significativamente do comportamento passado."
"A leitura de gráficos provavelmente não poderá ser uma ciência, (...) ainda não se mostrou no passado como um método confiável para gerar lucros no mercado de ações (...) e seus fundamentos teóricos repousam em uma lógica defeituosa ou então com base em mera afirmação."

Sobre a diversificação
Os investidores nunca devem concentrar 100% do patrimônio em ações e devem sempre dividir os investimentos entre renda fixa e bolsa. A parcela de um ou outro nunca deve ser inferior a 25%.

"A diversificação está na essência da ciência atuarial."
"As pessoas insistem em um retorno em dividendos substancialmente maior e um excesso ainda maior na rentabilidade para as ações ordinárias em comparação com os bônus porque o risco de perda na ação ordinária individual média é indubitavelmente maior do que no bônus individual médio. Mas a comparação não tem sido verdadeira historicamente para um grupo diversificado de ações ordinárias, uma vez que as ações ordinárias consideradas em conjunto tiveram um viés de alta bem definido ou um movimento ascendente de longo prazo."

Sobre movimentos de manada
"É preciso ter paciência e disciplina para se manter firme em suas convicções quando o mercado insiste que você está errado."
"Os analistas e investidores devem sempre procurar inovar, encontrar o melhor uso de suas habilidades, questionar se o conhecimento convencional é sábio, e permanecer firmes contra quaisquer forças que possam comprometer o valor e a integridade de seu trabalho."
"Como analistas, façam aquelas coisas que vocês sabem que podem realizar bem, e somente essas coisas. Se puderem realmente bater o mercado por meio de gráficos, astrologia ou algum dom raro e valioso que possuem, então esse é o caminho que devem trilhar. (...) Não se deixem desviar pelos modismos de Wall Street, suas ilusões e sua constante busca pelo dólar fácil."
"A descoberta de anomalias de mercado estabelece as bases para sua destruição. Uma vez que os investidores reconheçam que uma estratégia teve seguramente melhor desempenho no passado, todos correm para adotá-la, o que prejudica sua capacidade de se sobressair no futuro."

Sobre o certo e o errado
Estar certo não é suficiente. Você precisa estar certo pelos motivos corretos.
O investidor individual deve ser capaz de justificar cada compra que faz e cada preço que paga por meio de um raciocínio objetivo e impessoal que o satisfaça e que apresente uma margem de segurança, em termos de valor, para proteger sua aplicação.

"O ponto de vista de um homem pode ser influenciado por suas poucas experiências."

Profissão - Investidor - Como Benjamin Graham Criou Essa Profissão...

22.3.11

Dinheiro

O dinheiro é uma parte fundamental da existência humana. Quando você aprender a colocar as suas finanças sob controle, todos os setores da sua vida andarão bem.

18.3.11

What would you do if you had thirty days to find an extra $2,000?

That's the question posed by the Brookings Institute in a recent paper, "Financially Fragile Households: Evidence and Implications." Their findings, Brookings says, indicate an alarming inability among U.S. families to deal with ordinary financial shocks, such as a major car repairs or large co-payments.
Nearly half of those surveyed answered that they could "probably or certainly not" figure out a way to find the money, with one in four saying they probably could. Only the final one-fourth said they definitely could find a way to make the payment.

Among those that could cope, what means did they use? The Brookings Institute:

While savings is used most often [to come up with the money], relying on family and friends, using formal and alternative credit, increasing work hours, and selling items are also used frequently to deal with emergencies, especially for some  subgroups.

Surprisingly, while those with higher levels of income and education generally do cope better, it's not a hard-and-fast rule, with nearly one quarter of $100k-$150k households reporting they wouldn't be able to find $2000. Those who had suffered substantial losses of wealth during the recession also said they couldn't cope at a higher rate than people of comparable incomes that hadn't suffered.
Still, Brookings finds the results to be predominately socially stratified. Among African Americans of all income levels, for example, 38 percent said they could not obtain the money. That's roughly the same rate answered by the currently unemployed (41 percent), and those who obtained a high school diploma or less (40 percent).
http://www.huffingtonpost.com/2011/03/17/could-you-come-up-with-20_n_837225.html

28.2.11

Se te dessem 100 mil reais

Se te dessem 100 mil reais para montar uma empresa (Lembre-se: você terá que prestar contas ao investidor ou ao banco) , como seria essa empresa? O que ela faria? Seria algum modelo de negócio já existente aqui ou lá fora? Qual seria o modelo de receita? Publicidade? E-commerce? Conteúdo pago? Serviços? Essa empresa investiria em publicidade offline ou apostaria em estratégias alternativas de marketing viral?




Alguns conceitos sobre investimentos

Alguns conceitos sobre investimentos repetidos incessantemente carregam exageros e imprecisões. Confira quais são os equívocos mais comuns e evite enrascadas com seu dinheiro. Por Flávia Gianini
Uma mentira repetida muitas vezes se torna uma verdade, certo? Errado. Ao menos no que diz respeitos a investimentos. Para ajudar o investidor a identificar e esclarecer equívocos comuns, a Istoé Dinheiro Online, consultou especialistas que apontaram quais são as afirmações que dominam o senso-comum, mas estão longe de serem verdades absolutas na hora de escolher qual a melhor forma de aplicar o seu dinheiro.
1 - Poupança não tem risco
Ao contrário da maioria dos outros investimentos, o risco da poupança aumenta com o tempo. Um dos deles é perda de poder aquisitivo. A baixa remuneração pode resultar em diminuição do poder de compra ao longo do tempo. O dinheiro continua lá, tem rendimentos, mas já não compra mais o que poderia comprar antes. Outro risco é de quebra do banco onde o dinheiro está investido. Neste caso, o governo garante apenas ressarcimento para cadernetas no valor de até R$ 50 mil.
2 - Títulos públicos são para grandes investidores
Desde 2002, com o advento do Tesouro Direto (TD), qualquer pessoa pode investir a partir de R$ 200 em títulos públicos. Essa é uma opção de investimento pouco divulgada pelos bancos porque eles ganham pouco com essa modalidade. Por exemplo, uma aplicação de R$ 1 mil em TD, por um ano, gera em média R$ 20 para o banco. O mesmo montante aplicado em Fundo DI, rende pelo menos o dobro.
3 - Corretores profissionais acertam quase sempre
A maioria das corretoras de valores ganha mais dinheiro com a intermediação do que com os ganhos da carteira própria. Isso porque ganham comissões sempre que os clientes fazem operações, tenham lucro ou prejuízo.
4 - Mercado de ações é loteria
Existe muito estudo e estratégia por traz dos investimentos. Investir em ações é tarefa para profissionais bem equipados e bem informados. Exige também disciplina, algo que a maior parte dos investidores não tem. Mas quem deseja acelerar os ganhos acaba aumentando também os riscos. Neste caso, as ações podem virar sim loteria. Os melhores aliados nessas horas são as informações oficiais e a visão de longo prazo.
5 - Ações sempre geram lucro no longo prazo
Os riscos de ganhos e perdas no curto prazo nesse mercado são, sem dúvida, maiores do que no longo prazo. Mas isso não garante ganhos no longo prazo.
6 - Imóvel é sempre um bom investimento
Imóvel é um bom investimento se seu potencial de valorização e liquidez forem superiores a outras aplicações seguras existentes no mercado. O que nem sempre ocorre. Lembre-se: é preciso também pagar uma série de impostos municipais e federais. Além disso, há o custo de manutenção, se ele não estiver alugado. Hoje, um aluguel equivale de 0,7% a 0,5% do valor do imóvel, similar ao rendimento de aplicações conservadoras.
7 - Os melhores gestores de fundos cobram caro
Os custos dos gestores geralmente estão relacionados à estrutura da instituição e até ao tipo de atendimento que é dado ao cliente. Ele não depende do desempenho do fundo.
8 - Especuladores são vilões
Nem sempre. Os especuladores são necessários para trazer mais negócios aos mercados e aumentar a liquidez. Isso permite aos outros participantes entrar e sair com mais facilidade de suas posições.
9 - Investir no exterior é ilegal
Existem muitas opções legais e algumas bem atrativas de se investir no exterior. Basta comprovar a origem dos recursos e a maioria dos bancos pode viabilizar isso.
10 - Fulano de tal nunca erra
A maioria das pessoas faz alarde quando ganha e silencia quando perde. E as instituições financeiras fazem questão de divulgar aquilo que foram melhores do que a concorrência. Lembre-se: acertos no passado não garantem acertos no futuro.
Fontes: Álvaro Modernell (educador financeiro e diretor da Mais Ativos); Alcides Leite (professor de economia da Trevisan Escola de Negócios); Mauro Calil (professor e educador financeiro)

No longo prazo, é melhor investir em empresas com poucos rivais e baixa necessidade de capital

Preferimos ações de oligopólios, diz Investidor Profissional (CONCORDO PLENAMENTE -BRAGANTIN)Primeira gestora independente de fundos do Brasil diz que, no longo prazo, é melhor investir em empresas com poucos rivais e baixa necessidade de capital
Primeira gestora independente de recursos do Brasil, a asset carioca Investidor Profissional tem muito o que ensinar a quem aplica em bolsa. Desde que foi constituída em 1988, os gestores da IP procuram na BM&FBovespa ações de empresas oligopolistas ou quase monopolistas nos setores em que atuam, com pequenas chances de quebrar, baixa necessidade de capital para investimentos e controladas por pessoas que entendem a importância de tratar bem os acionistas minoritários. Não é fácil passar nessa peneira, mas isso ainda não é suficiente. Os poucos negócios que restam só receberão investimentos da IP em momentos em que o preço das ações esteja atraente, num verdadeiro exercício de "paciência e disciplina", segundo palavras dos sócios Christiano Fonseca Filho e Fred Trigueiro.
Criada em uma época em que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda nem reconhecia a figura do gestor independente, a asset possui hoje 1,2 bilhão de reais em recursos administrados. Desde 1993, o principal fundo de ações da IP obteve um retorno em dólares de 26% ao ano. Os investimentos são realizados com uma perspectiva de retorno no longo prazo. A posição mais lucrativa, em ações da Saraiva, foi montada há 15 anos e é mantida até hoje. Outras ações relevantes no fundo são da Itaúsa, Dimed, OdontoPrev, Amil e Aliansce. Cerca de 30% do dinheiro, no entanto, permanece em caixa à espera de preços mais atraentes. Na entrevista a seguir, Trigueiro e Fonseca Filho explicam a filosofia de investimentos, o processo de seleção dos melhores papéis e a história de criação da IP:
EXAME - O que a Investidor Profissional busca em uma empresa para investir?Trigueiro - Vamos sempre preferir uma empresa que tenha um modelo de negócios menos intensivo em capital e que tenha ativos reais respaldando o valor da ação. Uma posição grande que a gente tem hoje é a Aliansce. Temos um conforto maior com a governança da empresa que com a das demais companhias do setor de shopping centers. Também achamos que há uma assimetria de informações e de expectativas. A Aliansce é um IPO mais recente e as pessoas a conhecem pouco. Nós já nos dedicamos a entender a empresa desde antes do IPO. Também já acompanhávamos o setor de shoppings e conhecíamos os concorrentes. Então rapidamente chegamos ao conhecimento necessário para montar uma posição importante.
EXAME - Que outras empresas vocês veem com otimismo?Trigueiro - Além da Aliansce, eu gosto muito de Totvs e OdontoPrev. Tivemos oportunidade de comprá-las por um preço equivalente a um terço ou um quarto das atuais cotações. Até diminuímos a posição de OdontoPrev recentemente porque já subiu muito, mas continuamos a gostar dela no longo prazo. A gente também gosta do setor de serviços financeiros e do Itaú Unibanco, que é nossa maior posição.
EXAME - O que essas empresas têm que as outras não têm?Trigueiro - A gente tende a gostar de empresas que são oligopolistas ou quase monopolistas. No Brasil, o custo de capital sempre foi muito alto. As empresas que sobreviveram são mais verticalizadas que a média internacional e são mais oligopolizadas. Os mercados costumam ter três ou quatro empresas dominantes. Então você olha para nossa carteira e tem lá o Itaú Unibanco, que é um oligopólio. Os shopping centers são quase monopolistas nos locais onde estão presentes. A Amil tem uma posição muito forte no mercado de planos de saúde. A OdontoPrev é a mesma coisa. Eu nem sei como é possível quebrar um negócio como a OdontoPrev.
EXAME - A maior parte dessas ações da carteira subiu bastante nos últimos meses. Como vocês se comportam nesse caso?Trigueiro - Somos bastante criteriosos e diligentes e damos ênfase à paciência e à disciplina. Hoje estamos com 30% da carteira em caixa. Muita gente começa a se perguntar se não deveríamos ter esperado mais para vender parte da carteira. Dizemos que não estamos pessimistas, só estamos exercitando a paciência e a disciplina. Temos o princípio de não perder dinheiro. Por conta de todas as crises que passamos, a gente aprendeu a se policiar para ganhar dinheiro nas vacas gordas e a não perder dinheiro nas vacas magras.
Christiano - Isso fez com que a diferença de performance de nosso fundo para o Ibovespa seja absurda. Desde 1993, nosso fundo de ações rendeu 26% ao ano em dólares.
EXAME - Que riscos vocês enxergam no mercado para manter tanto dinheiro em caixa?Trigueiro - O mundo está esquisito. Há os riscos soberanos na Europa. O cenário nos Estados Unidos é complicado. A história de que a China vai conseguir compensar a queda do poder de compra do consumidor americano também não convence. Há problemas na China que não vão ser resolvidos com um plano quinquenal. E também tem aquilo que a gente não sabe que não sabe. Mas gostamos de respeitar a própria ignorância. Sabemos que o mundo vive um momento de excesso de liquidez que vai atrair mais dinheiro ao Brasil. Mas a verdade é que há poucas oportunidades que passem em nossos filtros. Achamos que tem muitas empresas intensivas em capital que podem ter facilidade para captar recursos e se valorizarem num momento como o atual. Mas se a coisa virar, elas podem dar uma boa balançada. Um exemplo é a [locadora de veículos] Localiza, que eu adoro porque tem uma gestão fantástica. Agora o modelo de negócios deles não é a oitava maravilha do mundo. Eles precisam de muito capital para comprar carros e precisam revendê-los depois. Até hoje, eles foram perspicazes para executar isso. Mas eu não sei qual é o limite. É uma empresa em que eu investiria, mas não nos níveis atuais. A Natura, a Drogasil e a Renner passam pelos nossos filtros, têm bons modelos de negócio e governança. Mas casando isso com preço, vejo poucas opções na Bovespa.
EXAME - A Investidor Profissional foi a primeira gestora de recursos independente do Brasil. Como surgiu a ideia de montar a empresa?Christiano - A IP foi constituída em 1988, em uma época em que a CVM nem reconhecia a figura do gestor independente. A razão social hoje é Investidor Profissional Gestão de Recursos, mas na época era Investidor Profissional Consultoria. Até 1993, o investidor nos contratava para gerir sua carteira de recursos. Ele assinava uma procuração que nos dava poderes para passar ordens de compra e venda de ações. Geríamos umas 35 carteiras de forma independente, o que dava um trabalho danado. A pior parte era a apuração de imposto. O fundo não é tributado, quem resgata o recurso é que paga o IR na saída. Mas algumas de nossas carteiras eram tributadas todos os meses. Foi só em 1993 que a CVM mudou as regras. Nós alteramos a razão social e lançamos nosso primeiro fundo, o IP Participações.
EXAME - Como era a indústria de fundos nessa época?Christiano - No final da década de 80, toda a indústria de fundos estava nas mãos de grandes bancos. Havia bons motivos para isso. Logo que fundamos a IP, percebemos que o buraco era mais embaixo. A gestão de recursos é uma atividade que depende profundamente de credibilidade, e nós éramos garotos que não tinham histórico nenhum. Nossa empresa era formada por três sócios e uma secretaria. O mais velho era o Roberto Vinhaes, que tinha 24 ou 25 anos, havia se formado em engenharia e trabalhado na fazenda de cacau da família, mas era autodidata em mercado acionário e investia desde os 15 anos. Eu trabalhava na corretora Nacional. O que fizemos foi contratar boas placas para prestar serviços de forma que o investidor entendesse que não estava correndo nosso risco de crédito. Era só o risco de que o investimento desse prejuízo mesmo. O Itaú, por exemplo, era o custodiante das ações. O resgate dos recursos só podia ser feito para a conta do investidor. Então ficava claro que não podíamos pegar o dinheiro de alguém e sumir.
EXAME - No exterior, esse formato de gestoras independentes na administração de fundos já era consagrado?Christiano - O Roberto Vinhaes estudou todo o mercado lá fora antes de abrirmos a empresa. Ele era meu cliente na corretora Nacional, que não tinha nada a ver com o banco Nacional. Na época, era a corretora que tinha o maior número de clientes no Brasil. Havia investidores que passavam o dia acompanhando o mercado e passavam as ordens de lá mesmo. Meu pai tinha uma participação pequena na corretora e o Roberto era um frequentador. Um dia, ele me disse: "Esses caras [os clientes] compram e vendem ações sem ter a menor noção sobre em que eles estão investindo. Vamos montar uma administradora de fundos de investimento?". Eu nem sabia como isso funcionava. Então ele me entregou um artigo da [revista americana] Businessweek que explicava como ao longo da década de 70 surgiram as assets e as butiques de investimento nos Estados Unidos. Lá estava escrito que os gestores eram pessoas que haviam saído dos grandes bancos para montarem suas firmas de investimento e levavam alguns clientes. Óbvio que a grande maioria ficava no banco por se sentir mais seguro. Mas quem entendia da coisa sabia que gestão de investimento depende de pessoas, e não da placa. Então alguns investidores acompanhavam o movimento, o que levou à criação de cada vez mais gestoras. Os próprios bancos uma hora perceberam que não dava para competir e fizeram parcerias com as assets. Eles ofereciam aos próprios clientes fundos próprios e também de terceiros. Hoje é normal que um cliente do Itaú possa comprar fundos do próprio banco ou de várias outras empresas. Na época, era interessante e inovador. Mas quando você está perto do chão, não tem muito medo de cair.
EXAME - Rapidamente a IP começou a ganhar dinheiro?Christiano – Não, o negócio demorou a decolar. A IP começou com uma base pequenininha de cerca de 35 clientes, que, no total, nos entregaram 500.000 dólares. Era difícil captar mais recursos sem um histórico de resultados e não tínhamos dinheiro nenhum para fazer marketing. Com os 10.000 dólares que colocamos no negócio do próprio bolso, compramos linhas telefônicas, computadores e uma impressora a laser. A impressora serviu para que pudéssemos criar uma revista semanal sobre o mercado e divulgássemos o trabalho da IP. A sacada dessa revista era divulgar os dados, os gráficos e as cotações da bolsa deflacionados. Como a inflação era muito alta, isso era muito importante nessa época.
EXAME - E como vocês distribuíam a publicação?Christiano - A Bovespa nos ajudou. Marquei uma reunião e levei um boneco da revista ao Eduardo Rocha Azevedo, então presidente da bolsa. Ele já sabia como costumam ser leigos os investidores brasileiros e achou a ideia da revista genial. Decidimos iniciar a circulação em um formato de mala direta, que seria distribuída pela Bovespa ao mailing deles de 20.000 investidores. O Eduardo também mandou produzir uma carta em papel-timbrado da Bovespa com assinatura dele mesmo apresentando a revista Investidor Profissional aos leitores. Com isso, rapidamente conseguimos uma boa quantidade de assinantes. Quando veio o plano Collor em 1990, as pessoas ficaram sem dinheiro para investir e as vendas caíram muito. Nessa época, nossas principais concorrentes, as revistas "Bolsa" e "Enfoque Gráfico", quebraram. Nós decidimos mudar a periodicidade de semanal para mensal e sobrevivemos. Ao todo, a revista durou seis anos e trouxe muitos clientes para a IP. Só em 1995 decidimos parar porque não precisávamos mais daquilo para captar dinheiro.
EXAME - E na área de investimentos, vocês sabiam desde o começo o que queriam fazer?Christiano - Com 24 anos, o Roberto já sabia em detalhes qual seria a filosofia de investimentos do nosso fundo de ações. Naquela época, eu achava que existiam dois tipos de fundos: os de ações e os de renda fixa. O Roberto me explicou o que eram os fundos "value-oriented", que tinham como precursor o Warren Buffett. Ele sabia que era isso que devíamos fazer. Antes da IP, quando o Roberto só investia o próprio dinheiro, ele acompanhava 15 empresas. Para cada uma delas, tinha uma pastinha com os gráficos que ele mesmo fazia a mão, com os balanços deflacionados e com as notícias. A diferença é que, com a IP, passamos a acompanhar outras 74 empresas para fazer a revista.
EXAME - E como funcionava essa filosofia "value-oriented"?Christiano - Na bolsa, "orientação a valor" é tentar identificar o preço justo de uma determinada empresa e, de uma forma muito disciplinada, esperar o mercado oscilar para comprar essas ações abaixo dessa cotação e vendê-las próximas ao valor justo. Naquela época, já tínhamos na cabeça que, quando compramos uma empresa, estávamos nos tornando seus sócios. Então nosso primeiro trabalho era checar se o dono era honesto porque as empresas não tinham um nível tão elevado de governança nesses anos.
EXAME - Em relação ao que ensinava Buffett, o que precisa ser adaptado ao mercado brasileiro?Trigueiro - Como existem poucas empresas com liquidez na Bovespa, as gestoras de recursos precisam fazer um trabalho inicial de pesquisa muito extenso. É preciso investigar as pessoas, os controladores, o que eles querem da vida, se eles vão ser líderes de mercado ou querem sombra e água fresca, se estão dispostos a dividir os benefícios do crescimento com os minoritários, se sabem o que fazer com o capital. Isso demanda tempo porque não se descobre se alguém é honesto perguntando para ele. Como era mais difícil entrar e sair de uma empresa, precisávamos estar muito convictos de que não estávamos comprando gato por lebre antes de fazer o investimento. Ao longo do processo, tivemos a oportunidade de aprender bastante, algumas vezes tomando na cabeça.
EXAME - Onde vocês perderam muito dinheiro?Christiano - A gente participou de várias transações que envolveram questões de governança corporativa. Com Lojas Renner, por exemplo, aprendemos muito. Ao final ganhamos dinheiro com a empresa, mas o lucro poderia ter sido maior. Tínhamos uma posição na companhia e considerávamos o controlador confiável. Em 1999, recebi um telefonema do Cristiano Renner, com quem já tinha falado uma única vez. Ele me informou que havia vendido o controle da Renner para a [varejista americana] J.C. Penney e que o preço acertado para a ação ordinária era muitas vezes maior do que o que seria oferecido aos preferencialistas em uma oferta pública para fechar o capital da empresa. Era uma época ruim para essa operação porque os papéis haviam caído muito e o preço oferecido era apenas um pouco superior ao do dia do anúncio do negócio. Mesmo assim, a grande maioria dos acionistas vendeu. Só nós e mais três fundos seguramos as ações e resolvemos brigar por um preço melhor. O banco coordenador da operação ameaçava a gente, dizia que seríamos acionistas de uma empresa de capital aberto sem liquidez nenhuma. E a gente lembrava que eles não poderiam fechar o capital da empresa sem nossa adesão. Tanto brigamos que acabamos vendendo a um preço próximo a duas vezes o que havia sido oferecido inicialmente. Tínhamos um relacionamento muito bom com o José Galló, que já era o CEO da empresa. Esse relacionamento não sofreu nenhum arranhão, inclusive consideramos o Galló o maior varejista brasileiro. Tanto que quando a J.C. Penney passou por um momento ruim lá fora e decidiu vender ao mercado suas ações da Renner, a gente voltou. Fomos acionistas relevantes até este ano, mas vendemos a maior parte dos papéis porque as cotações subiram muito.
EXAME - Uma lição que poderia ser tirada desse episódio é que é importante comprar a mesma ação do dono?Trigueiro - Quanto mais perto de deus, melhor.
Christiano - No Itaú Unibanco, por exemplo, preferimos ser acionistas de Itaúsa do que de Itaú porque é onde deus está.
Trigueiro - Em tese, as regras do Novo Mercado podem proteger os minoritários desse tipo de evento. Mas sempre surgem novas formas criativas para os espertinhos fazerem arranjos que permitam que seja concedido um prêmio pelo controle. Empresas em que temos uma percepção de governança ruim vão ter posições muito pequenas de nosso fundo mesmo que sejam ótimos negócios. Para que uma ação represente 3% ou mais do fundo, vamos exigir uma governança superior.
EXAME - Qual é a empresa em que a IP mais ganhou dinheiro?Trigueiro - A Saraiva, que é nosso investimento mais antigo. Para você ter uma ideia de como giramos pouco a carteira, temos um investimento lá há 15 anos. Quando entramos, a empresa era uma editora que só tinha duas livrarias. Hoje em dia, são 100 livrarias mais o site. Nós ajudamos nesse processo de mudança porque já acompanhávamos a Amazon. Também levamos eles aos Estados Unidos para conhecer a [livraria] Barnes & Noble. Eles fizeram um trabalho muito bom, montaram um negócio de varejo e conseguiram aproveitar a marca Saraiva na internet. O resultado dessa transformação é que hoje a editora fatura 300 milhões de reais; o site, 400 milhões; e as livrarias, 500 milhões.
Christiano - Nossa participação nessa virada foi premiada.A Saraiva foi a primeira empresa do Brasil a conceder voluntariamente "tag along" aos acionistas minoritários em caso de venda do controle.
EXAME - Como é o trabalho de escolha das ações que serão compradas?Christiano - Consideramos o trabalho investigativo um de nossos diferenciais. Para conhecermos uma empresa, achamos que a conversa menos valiosa é aquela com o diretor de relações com investidores. Você vai ouvir aquele discurso que o cara treinou mil vezes, que já feito para todo mundo. Quem só sabe aquilo que o cara vai falar está em pé de igualdade com vários concorrentes. Nós estamos em busca de informações diferentes e vamos conversar com fornecedores, ex-funcionários, empregados e clientes. Contratamos uma pessoa só para ajudar os analistas a preparar a agenda deles, para marcar reuniões. Outro diferencial da IP é que as informações circulam muito bem dentro do próprio fundo. Além das reuniões de investimento, desenvolvemos uma intranet que funciona como um grande blog. Os analistas deixam ali registradas as informações interessantes que obtiveram em suas reuniões de trabalho.
Trigueiro - Em sete anos de intranet, conseguimos montar um banco de dados enorme. Se queremos começar a estudar uma empresa como a Cyrela, por exemplo, não é necessário partir do zero, é rápido para alguém entendê-la. Também deixamos estocadas informações de empresas que hoje em dia não acompanhamos porque não dá para olhar tudo, mas que um dia podem entrar em nosso radar.
EXAME - Onde mais vocês vão buscar informações?Christiano - Há dez anos fazemos viagens ao exterior para entender como funcionam as empresas e setores lá fora. Não vamos só a congressos ou visitar empresas. Há poucas semanas, fizemos uma coisa inédita. Todos nossos oito analistas passaram 15 dias na Ásia.
Trigueiro - Nessa viagem, fomos investigar a microeconomia para entender como funciona a China. Queríamos entender de perto o país que é considerado um dos motores da economia mundial. Não viajamos para ouvir a área de relação com investidores das empresas nem os organismos oficiais. Fomos conversar com advogados, contadores, empresas imobiliárias, prefeituras. Um grupo foi olhar a infraestrutura. Outro foi ver o que empresas brasileiras como a Fras-le, a WEG e a Iochpe estão fazendo lá. Entendemos mais de contabilidade de empresas e bancos, do funcionamento das bolsas. Foi um processo muito enriquecedor para checarmos hipóteses que estávamos construindo na cabeça e para entendermos se algum risco estrutural poderá causar marolas no mercado brasileiro.
EXAME - A China hoje é um risco para o Brasil?Trigueiro - O dinheiro está fluindo para lá como se a China fosse uma economia capitalista, protegida e bem-regulada. A gente tem uma visão um pouquinho diferente. Eles têm muito investimento imobiliário porque o custo de capital é baixo. Os caras põem de pé prédios com 10.000 apartamentos rapidamente. O problema é que quando os bancos locais financiam esse crescimento com investimento externo, é criada uma condição de bolha que é potencialmente perigosa para o mercado de capitais brasileiro.
EXAME - O que mais vocês procuram no exterior?Trigueiro - Entender o que acontece lá fora é muito importante para comparar com o que as empresas brasileiras estão fazendo. A Totvs é um bom exemplo. Se não soubéssemos que é tão difícil para uma empresa deixar de usar um software de gestão depois que o programa já está instalado em seus computadores, talvez não tivéssemos investido na Totvs. Quando apareceram a OdontoPrev e a Amil na Bovespa, ficou fácil para investirmos porque já olhávamos para o setor de saúde nos EUA. Alguém que não olha para fora não vai conseguir analisar se a BR Foods será uma empresa de classe mundial no segmento de bens de consumo ou se continuará a ser uma empresa cíclica focada em exportação.
EXAME - Para as pessoas físicas, que têm posições menores e não precisam se preocupar com liquidez, qual seria a melhor estratégia de investimento neste momento?Trigueiro - Morro de medo das pessoas físicas não aplicam em ações por meio de um fundo. A pessoa física não tem ideia do que ela não sabe sobre a bolsa.
EXAME - O que faz quem ganha dinheiro no mercado?Trigueiro - Há quatro fontes de ganho. Uma é a vantagem informacional. Eu sei de algo que você não sabe. Isso é cada vez mais difícil de acontecer e muitas vezes é ilegal. Então não é o que a gente procura cultivar. A segunda fonte é a vantagem analítica. Ter visto a China, andado no trem-bala, entendido o mercado imobiliário local, se informado sobre a corrupção nos dará uma vantagem quando precisarmos julgar o que está acontecendo lá. Nós gostamos de pescar onde ninguém está pescando. A terceira fonte de ganhos é a paciência e a disciplina. Isso é muito fácil de falar, mas praticamente impossível de executar. Temos um comitê de investimento só para avaliar isso. É muito comum que as melhores empresas estejam caras, e nós temos que pensar sempre no preço que será pago. A quarta fonte de ganho no mercado é encontrar o veículo certo para investir. Olhando para fora, há mais opções. O cara pode investir em dívida, em títulos conversíveis ou em ações de uma mesma empresa. Aqui no Brasil isso ainda é raro, mas achamos que as opções vão crescer.
EXAME - Dentro dessa estratégia de paciência e disciplina, quando é a hora de começar a comprar?Trigueiro - Há três tipos de oportunidades. Uma que a gente chama de "rerating". A empresa entrega resultados ruins por dois ou três trimestres, mas o mercado perpetua esse movimento e desconta exageradamente as ações. Também há as empresas que a gente chama da "compounding machines", que geram consistentemente retornos acima de 20% ao ano, faça chuva ou faça sol. São essas que a gente prefere estar investido. E tem o sonho de consumo, que é quando você tem a oportunidade de "rerating" em uma "compounding machine". Na crise de 2008, deu para comprar Renner a 15 reais e Itaúsa, a 5 ou 6 reais. Para aproveitar bem essas oportunidades, é necessário ter algum caixa.
EXAME - Qual é o patrimônio administrado pela IP?
Trigueiro - Cerca de 1,2 bilhão de reais.
EXAME - Por que outros fundos que surgiram depois da IP têm um patrimônio bem maior hoje?Trigueiro - Dentro do fundo de ações, há um limite para executar bem nossa estratégia de investimento. A gente acha que não daria para fazer a mesma coisa se administrássemos 3 bilhões de reais, por exemplo. Já namoramos algumas possibilidades, como abrir um fundo de private equity. Seria uma forma de administrar mais dinheiro fazendo algo parecido com o que a gente faz. Mas chegamos à conclusão que não é nossa competência.
Christiano - Tem outro fator fundamental. Nós não pagamos rebate para distribuidores e bancos. Se alguma instituição oferece nosso fundo a clientes, é porque gosta do jeito que nós gerimos o dinheiro. Antes da crise de 1998, chegamos a administrar 3 bilhões de reais, sendo 1 bilhão de reais em um fundo long-short com dinheiro captado por distribuidores. Na hora que veio a crise, todo mundo começou a resgatar em manada. Coincidência ou não, só os dois distribuidores que não recebiam rebate ficaram conosco. Então isso a gente não faz mais. Achamos que o máximo que conseguiríamos administrar sem perder agilidade é 1,5 bilhão de reais. E vamos chegar a isso sem rebate. Um último fator é que 60% do dinheiro dos próprios sócios e executivos está alocado dentro do fundo. Isso faz com que sejamos mais cuidadosos ao administrar o dinheiro e acho que é mais um motivo para o investidor se sentir seguro com a gente.
FONTE: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/fundos/noticias/preferimos-acoes-de-oligopolios-diz-investidor-profissional?page=1

R$1.500,00

Dá pra viver com 1500 reais
Quem tem renda mensal de até três salários mínimos, ou seja, 30% da população, pode pagar as contas e, com um bom planejamento, até guardar algum dinheiro no fim do mês.
Pagar as contas e ainda poupar com uma renda mensal de até três salários mínimos, o equivalente a 1 530 reais, parece uma missão impossível? A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística, mostra que 22% da população brasileira recebe de um a dois salários mínimos e quase 8% embolsam de dois a três salários. Para quem está nesta situação, o planejamento e a disciplina são as palavras de ordem.
"Quem consegue fazer uma boa administração do dinheiro, com os pés na realidade, consegue identifi car o limite de consumo, e isso independe do valor do salário", diz Elaine Toledo, consultora fi nanceira, de São Paulo. É claro que é preciso adaptar o padrão de consumo à disponibilidade fi nanceira — jantar fora todo fi m de semana, por exemplo, é incompatível com essa renda. "Quanto menor o salário mais minucioso tem de ser o orçamento", diz Cristiana Dias Baptista, especialista fi nanceira de São Paulo.
Detalhar todas as despesas numa planilha — até mesmo o cafezinho na padaria —, dispensar o cartão de crédito, poupar valores pequenos (20 ou 30 reais) são algumas das lições para quem ganha 1 500 reais. Ao lado, confi ra outras dicas.
NÃO SOBROU QUASE NADA. O QUE FAZER?
Pequenos valores podem ajudar você a pagar as contas e conquistar objetivos no médio e longo prazo. Por isso não deixe de guardar a grana que sobrou. Se economizar 30 reais por mês, durante 12 meses, dá para pagar a parcela do seguro do seu carro, por exemplo. "As pessoas desprezam valores pequenos, mas não percebem que podem fazer da situação um hábito de poupar", diz Elaine Toledo.
CONTABILIZE TUDO
É importante somar todas as despesas fixas e todas as variáveis para identificar sua capacidade de poupança. O ideal é fazer uma reserva de pelo menos 10% do salário.
CASADO E COM FILHOS
Quem está nessa situação deve fugir do pagamento a prazo. Com um salário curto, além do orçamento bem organizado, é preciso levar em conta os imprevistos com as crianças.
DISPENSE O CARTÃO DE CRÉDITO
Quem tem um salário curto deve cancelar o cartão de crédito. "Com ele você 'cria' dinheiro e não percebe os gastos", diz Cristiana Dias Baptista. Segundo a consultora, é possível economizar 20% do salário ao deixar de usar o cartão de crédito.
DÁ PARA INVESTIR COM POUCO
Não deixe de aplicar o que sobrou, mesmo que a grana seja curta. Hoje, já existem fundos de ações em que é possível começar a investir com apenas 100 reais. "O ideal é que a taxa de administração do fundo não ultrapasse 2%. Se for maior, a poupança e a renda fixa são opções melhores", diz Elaine Toledo.
SOLTEIRO
Se você ainda não formou uma família, aproveite para fazer uma reserva financeira. Quem tem um salário líquido de 1 500 reais e aplica 10% dele todo mês na poupança (150 reais) acumulará 3 859 reais em 24 meses. Com essa grana você pode investir na sua carreira, fazendo um curso.
SEJA RIGOROSO NOS GASTOS
As despesas com habitação não devem comprometer 30% da renda, ou seja, para quem tem um salário de 1 500 reais, os gastos não devem ultrapassar 450 reais — o que é muito pouco. Portanto, a solução, nesse caso, é dividir a despesa com alguém.
FONTE:http://vocesa.abril.com.br/organize-suas-financas/materia/pra-viver-1500-reais-610049.shtml