1) Não enxergue o controle financeiro como uma camisa de força
O controle financeiro é o principal conceito apresentado no livro. Os autores buscam mostrar como os pequenos gastos podem significar grandes montantes ao longo de um ano, não para condená-los, mas sim para deixar claro para o leitor qual é o destino exato do seu dinheiro. Uma vez feito isso, o leitor não precisaria reduzir todos os gastos, mas apenas passar a administrá-los da melhor forma.
“Se uma pessoa gasta 200 reais em um jantar, o importante é saber quanto este gasto representa no final do ano, se ela tiver dinheiro para isso e é algo que traz muito prazer, ela deve gastar. As pessoas entendem finanças pessoais como você ser pão duro, como fazer escolhas mais duras, mas não é isso, é o contrário: sabendo quanto custa cada coisa, eu passo a fazer escolhas a partir dos meus gostos e preferências”, explica Samy Dana.
2) Contabilize gastos parcelados como uma única parcela
Os autores sugerem que na planilha de gastos mensais, as parcelas de uma compra não sejam contabilizadas mês a mês, mas apenas no mês em que o gasto foi realizado. Por exemplo, a compra de uma televisão de 1.000 reais, parcelada em 10 vezes de 100 reais, seria computada na planilha de gastos do mês que foi comprada como um gasto de 1.000 reais e não como uma parcela de 100 reais.
Dessa forma, o leitor reservaria em um único mês 1.000 reais para a televisão, mas na realidade apenas 100 reais teriam saído da conta. Com isso, lhe restariam no mês seguinte 900 reais, no outro mês 800 reais e assim por diante. “O dinheiro fisicamente está na conta corrente, mas para o leitor, é como se ele deixasse de existir e a conta fica mais positiva. Assim, ele compra apenas o que teria dinheiro para pagar naquele mês. E, se ele não consegue pagar o valor total em um mês, nós sugerimos que ele adie aquele gasto para realizá-lo quando tiver capacidade efetivamente”, explica Fabio Sousa.
3) Identifique quais são as despesas semifixas e como reduzi-las
O livro propõe que todas as despesas sejam anotadas em uma planilha e que sejam divididas não apenas entre despesas variáveis e fixas, como geralmente é feito, mas também que haja uma terceira categoria, de despesas semifixas. “A despesa semifixa é aquela que você não consegue zerar, mas que pode reduzir. É o caso de uma conte de luz ou dos gastos com transporte", explica Sousa. As despesas fixas seriam apenas aquelas que têm o mesmo valor todo mês, como o condomínio, escola e a empregada doméstica; e as variáveis seriam os gastos com vestuário, lazer e outras despesas eventuais.
4) Não espere o fim do mês para poupar
Depois de se livrar das dívidas e estar pronto para investir, o agora poupador deve reservar o montante destinado aos investimentos logo no início do mês, e não no final, aconselham os autores. “Depois que o leitor começa a entender quanto vai sobrar no mês seguinte, ele deve passar a poupar para investir logo no início de cada mês. Isto porque muitas pessoas que deixam pra fazer isso no final do mês veem que vai sobrar dinheiro e acabam gastando o que seria investido”, explica Sousa.
No livro, os autores apresentam quais seriam as melhores aplicações para quem está começando e sugerem principalmente investimentos em renda fixa. Há inclusive um apêndice dedicado apenas a explicações sobre as aplicações em Tesouro Direto.
5) Use o cartão de crédito de forma inteligente
Nem vilão, nem melhor amigo. Os autores fogem dos clichês do cartão de crédito para mostrar como usar os cartões de forma inteligente. Além da dica já comentada no item dois (de contabilizar as parcelas como um gasto único), eles orientam, por exemplo, que o leitor negocie as anuidades do cartão para que elas sejam reduzidas ou até suspendidas. E sugerem que, se houver um bom nível de organização e controle, pode ser vantajoso possuir três cartões de créditos diferentes.
“Se o cartão é pago em dia, não são cobrados os juros do rotativo e o cliente tem a vantagem de ganhar milhas que podem ser usadas para pagar muitas coisas. E o cartão pode até ajudar. Ter dois ou três cartões de crédito com vencimentos diferentes, permite que alguns gastos sejam distribuídos de uma melhor forma. Mas, para isso, é preciso ter boa organização”, diz Samy Dana.
6) Não desista do planejamento financeiro no primeiro mês
Sousa conta que quando seus clientes começam a fazer o planejamento financeiro e colocam sua previsão de gastos na planilha orçamentária, muitos não se conformam ao ver os resultados do primeiro mês. “No final do primeiro mês eles percebem que esqueceram um monte de coisas e alguns chegam a chorar porque não sabem onde o dinheiro foi parar”, explica. Ele diz que alguns desistem no primeiro mês porque acham que o planejamento é muito trabalhoso e querem resultados quase instantâneos.
O casal de clientes usado como exemplo no livro, segundo conta o autor, quando iniciou a consultoria estava com a conta corrente negativa em 500 reais, passou no fim do mês a 852 reais negativos para só no mês seguinte, depois de dois meses, terminar com um saldo positivo de 61 reais na conta corrente e 600 reais em investimentos. “As dívidas não se resolvem de uma hora para outra. Às vezes não é possível resolver a situação no primeiro mês. É preciso anotar todos os gastos, até os bem pequenos para ver como resolver o problema. E alguns deles só são percebidos no segundo mês de planejamento”, explica Sousa.
O livro “Como passar de devedor para investidor - um guia de finanças pessoais” custa 28,90 reais e pode ser comprado pela internet.